No dia 08 de agosto de 1850 nasceu José Mariano Carneiro da Cunha, na casa grande do engenho Caxangá, distrito de Ribeirão, na época pertencente ao município de Gameleira. Vem morar no Recife, e se forma em Direito em 1870, na mesma turma de Joaquim Nabuco. No Recife, José Mariano funda o jornal A Província, que representou um instrumento combativo, defendeu acirradamente a libertação dos escravos e muito influenciou a opinião pública. Além dele, uma pessoa de grande importância na comunidade era a sua esposa, a recifense Olegária da Costa Gama. Pela sua bondade e dedicação aos escravos, era apelidada de "mãe dos pobres" e "mãe do povo". José Mariano era considerado um orador comunicativo, um abolicionista corajoso, e um dos homens públicos que mais desfrutavam da simpatia popular em Pernambuco. Em decorrência de atritos com as ideias do Marechal Floriano Peixoto, ele foi preso em sua residência – no Poço da Panela – e trancafiado na fortaleza do Brum, sob a acusação de pactuar com a Revolta da Armada. José Mariano consegue ser libertado do calabouço e, como a população do Recife gostava muito dele, todas as ruas e casas, desde o cais do porto até o Poço da Panela ficaram ornamentadas e embandeiradas para saudar o retorno do abolicionista. No dia 24 de abril de 1898, em decorrência das complicações de uma gripe, morre Dona Olegarinha, a sua amada esposa. Os pernambucanos a divinizaram e muito se entristeceram com o sua morte. Fala-se que foram muitos os pretos que se suicidaram, envenenando-se ou jogando-se no Rio Capibaribe. Após tal dolorosa perda, José Mariano se afasta das lutas políticas. Em 1899, ele é nomeado Oficial do Registro de Títulos, pelo presidente Rodrigues Alves e também é presenteado com um Cartório de Títulos e Documentos, na Rua do Rosário, no Rio de Janeiro. Não muito tempo depois, José Mariano Carneiro da Cunha adoece e vem a falecer no dia 8 de junho de 1912. Seu corpo embalsamado foi transportado de navio para o Recife. No Estado, foi decretado luto por três dias e houve uma comoção geral em seu sepultamento. Esta Coleção, composta por 75 peças foi doada pela sua própria família, em 1988, sendo a obra de maior destaque nesta Coleção é o chamado “Berço de Ouro” de sua família.