Poucas são as informações a respeito da biografia do General Paulo Figueiredo, constando apenas que foi responsável pelo comando da 8º Infantaria de Brigada Motorizada – Infantaria Manoel Marques de Souza – no período que vai entre 12 de março de 1946 até 20 de julho do mesmo ano. Segundo informações provenientes do arquivo do Museu do Estado de Pernambuco, o General fez a doação de sua coleção no ano de 1952, quando já não fazia parte do comando da referida brigada. No seu acervo encontram-se variadas peças de prata, madeira ou cobre, na maioria pré-incaicas dos Andes adquiridas na Bolívia em 1936. Destas, a maioria são peças laminadas, com cabo em formato antropomórfico e zoomórfico, todos provenientes do Povo Tiaunaco. Além delas são a coleção possui vasos em madeira, não possuindo, porém, nenhuma informação a respeito da etnia a qual pertencem.A Coleção Afro-brasileira chegou ao Museu do Estado de Pernambuco por via da Secretaria de Segurança Pública de Pernambuco, entre 1938 e 1940. Boa parte desta Coleção é composta por objetos apreendidos em decorrência da repressão policial a manifestações culturais de origem africana, as quais eram associadas à criminalidade durante o início do período denominado Era Vargas. Na época que foi adquirida, o Museu do Estado de Pernambuco estava fechado e suas obras se encontravam na Biblioteca Pública do Estado, sob a direção do Dr. Olimpio Costa Junior. Segundo Raul Lody, “a Coleção apresenta um valioso conjunto de objetos que passaram pelos seus espaços sagrados e que assumiram suas marcas religiosas para importantes momentos da vida dos terreiros de Xangô”. As 307 peças desta Coleção são, na maioria, raras, quer pela singularidade de sua confecção, quer pelo seu uso, visto que muitas delas hoje não são mais encontradas nos terreiros de Xangô. Elas assumem valor estético, depondo as técnicas e os conhecimentos, no entanto, o valor mais significativo é o antropológico, situando o fazer e o pensamento do homem.